GIGANTES E MOINHOS
São Gigantes!
São Moinhos,
São só moinhos!
Rocinante
Avança sob o tropel
De cascos
Trôpegos.
São Caminhos!
São Moinhos.
Rocinante
De quadros e de massas
Vanguarda das cavalarias
Força tarefa
Príncipe moderno.
Contra o que se atira,
Delirante figura?
Não vê que são moinhos?
Cavaleiro alucinado,
Vê damas
Em simples estalajadeiras
Pensa ver senhores
Em deserdados pastores.
Vê inimigos
Em pacíficos moinhos.
Delírio de malária:
São moinhos.
Chamas da paixão:
São caminhos
Inteiros
Humanos
Tangíveis; e não
Estrada.
De atalhos fáceis:
Aparências!
De onde tiraste a idéia
De cavalaria andante?
Ao invés da calma
Do lar
Enfrentas gigantes!
Não vês
Como devoram teu ar
Como rasgam teu tempo
Em açoites de crime?
Redemoinhos,
Reles moinhos...
Não vês... lutas
Sozinho.
Frágil
Empunho
Um breviário
Igualitário.
Viceral luta
Contra a propriedade
Das coisas e gentes.
Ao ataque!
O Sol nascente
Tinge as nuvens:
Nosso estandarte
Móvel.
São moinhos
Só moinhos
Moi
Mó
Moi os sonhos
Rede
Moinhos
Rodopiam e embriagam
Feito efeito de vinho
Porque lutas?
Porque tamanho esforço
Se eles já venceram?
Ao ataque
Sobre as derrotas
Avançando
Meio Marx,
Meio Cervantes:
CHE / Quixotes...
Talvez
Por não existirem
Como antes
Que como moinhos
Ainda se disfarcem
Aqueles letais gigantes.
São moinhos
São gigantes
Mas... agora?
Agora!
Mais Quixotes
Mais amantes
Mais mortais
E delirantes.
São moinhos!
São só gigantes!
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