quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

EM NOME DE DEUS

 


Na história da humanidade, inúmeras guerras, conflitos e ações violentas, foram registradas, tendo como justificativa de estarem "seguindo a vontade de Deus".

Dos tempos mais antigos, passando pela idade média aos dias de hoje, vemos (mundo afora) explodirem conflitos que tem levado à morte milhões de seres humanos, sob a alegação de fundamentalistas que adicionaram aos conflitos etnicos e territoriais, o componente religioso.

Os crimes praticados em "nome de Deus", partem de elaborações conceituais distorcidas, sem nenhuma relação com a profundidade espiritual e a essência da relação humana com o criador. O nome de Deus é usado para "dar validade" a prática daqueles(as) que buscam estabelecer o domínio e a submissão dos outros aos seus interesses. 

Assim, na história, o extermínio de povos, a escravidão, o racismo, o preconceito, a tortura, o assassinato e uma série de outros crimes, encontraram na "justificativa" religiosa, sua razão de existir.

 


Nos tempos atuais e especialmente em nosso país (propagado como um país de maioria cristã), temos vivido uma "onda" de intolerância e expressões de racismo e preconceito, que apresenta seus desdobramentos em formas violentas, seguidas de ameaças, agressões e assassinatos.

Das redes sociais à convivência do dia-a-dia, já são incontáveis a quantidade de casos, que tomaram sua proporção maior nos últimos 6 anos.

No centro da "onda" que já podemos caracterizar como fascista, está o Bolsonarismo (que mesmo com a derrota eleitoral nas eleições passadas, segue atuando), cujo discurso de ódio, racismo, intolerância, machismo e xenofobia, além de incitação à violência e da defesa de tortura e assassinato de opositores, reúne como seus apoiadores, pessoas que se declaram "cristãs" e que em oposição aos princípios do cristianismo, se pronunciam em torno do lema "DEUS ACIMA DE TUDO" ou "DE TODOS", num tom ditatorial, totalitário e opressor, se colocando em posição de exclusão ou extermínio das chamadas "minorias sociais" e da negação dos direitos humanos.



São pessoas (que se dizem católicas e/ou evangélicas neopentecostais) que assimilam os discursos deturpados de falsos líderes, que pregam a exclusão de pessoas, que se assumem como "diferentes e abençoados", a partir de um fundamentalismo alienado, de uma "teologia da prosperidade" que os impulsiona para a aquisição de riquezas e benefícios materiais, constituindo-se em classe privilegiada.

Em sua maioria, esses falsos cristãos já são em sua essência, pessoas racistas, preconceituosas, discriminatórias e defensoras da violência, que utilizam o nome de Deus, como cortina para encobrir seus próprios males e suas incoerências e, que agora encontram na "onda fascista" a oportunidade de extravasar seus "anseios" e seus "desejos". 


Já outros que somam e que se identificam também como "cristãos", tem uma "fé" baseada no medo e, por não possuírem conhecimento, nem profundidade nos estudos do cristianismo, tornam-se massa de manobra de outros e suscetíveis a acreditar na propaganda e nas notícias falsas propagadas pelos manipuladores. 


Por outro lado, apesar desse grande contingente de falsos cristãos, vemos de forma esperançosa, a resistência de muitos(as) leigos, padres, bispos, pastores, religiosos, entre outros(as), que são historicamente comprometidos(as) com as causas sociais e populares, que atuam de acordo com a essência do cristianismo, que é a defesa e a valorização da vida em todos os seus aspectos, além de somarem esforços na construção de uma sociedade sem exclusão, com respeito aos direitos humanos em defesa da democracia e da paz.

São esses(as) cristãos que sim, EM NOME DE DEUS, defendem os pobres, os oprimidos e os marginalizados, que aliam FÉ e VIDA, para mostrar que é necessário mais do que nunca buscar a construção de um mundo melhor.

Que nesse momento decisivo da história de nosso país, saibamos escolher o lado certo e a todos(as) que se pronunciam cristãos, lembrem: NÃO É CRISTÃO QUEM DEFENDE A TORTURA, O CRIME, O RACISMO, O PRECONCEITO E O ÓDIO.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Você sabia ? Roupa branca na passagem de ano, tem origem na tradição do Candomblé e na Umbanda


Muitas são as tradições que fazem parte da noite de Ano-Novo. Algumas você nunca deve ter experimentado, mas outras é bem provável que sim. Já usou roupas brancas na virada ou pulou sete ondas à meia noite? Essas são, com certeza, as mais populares entre elas.

O costume é mantido por quase todos os brasileiros, mas poucos conhecem a origem. Embora, muitos usem a cor apenas pela positividade que ela representa, a verdade é que essa é uma prática enraizada em nossa cultura brasileira e que teve inspiração na celebrações em homenagem a Iemanjá, realizadas pelo praticantes de religiões de matriz africana (como a Umbanda e o Candomblé).


Vamos conhecer um pouco mais sobre essas influências religiosas

As celebrações em homenagem a Iemanjá, a mãe de todos os orixás e a deusa do mar, se encerram no dia 02 de fevereiro, o seu dia. Mas, as oferendas e procissões realizadas até a chegada desse dia fizeram com que essas práticas influenciassem no nosso modo de se vestir para a virada do ano. Especialmente as festas realizadas nas praias de Salvador (BA) e Copacabana (RJ).

Nos rituais é comum a realização de procissões com vestes brancas e miçangas no pescoço e levar ao mar barquinhos e cestos com oferendas, que incluem itens como colares, flores, perfumes, frutas, entre outros. Na tradição religiosa, se a oferenda for levada às ondas, Iemanjá irá realizar o seu pedido.

A tradição se tornou tão presente que, mesmo quem não faz parte das religiões de matriz africana, acaba realizando os rituais e sabe que cada uma das setes ondas é um pedido diferente, e que a roupa branca é usada para trazer boas energias para o próximo ano.

Esse ritual, especialmente as vestimentas, ganhou popularidade na entrada do novo ano, quando as pessoas tendem a querer renovação e novas conquistas. Assim, seja por influência religiosa ou pela simbologia das cores, o certo é que escolher a roupa para o Ano-Novo é um dos rituais que trazem mais esperanças nessa data.